sábado, 14 de maio de 2011


Biografia Ecológica



Sou Dinamara, nasci em Cuiabá MT,no bairro araés em vinte e oito de maio de um mil novecentos e setenta e quatro,trabalho em uma creche do município de Cuiabá a dez anos, atualmente moro no bairro cpa 2, na região do Morada da Serra.


Recordo-me dos meus nove ou dez anos, em que vivíamos muito próximos da natureza, tínhamos praticamente no nosso quintal, pé de manga,cajueiro,goiabeira,bocaiuveira,ingá, fruta do conde,jenipapo,tamarindo, tarumã, Chico magro e muitas outra que nem me lembro o nome, tínhamos um cachorro chamado falcão que era como um membro da família,uma galinha chamada lilí que quando a gente chamava ela vinha correndo, parecia que entendia, nós conversávamos com ela e ela virava a cabeça como se entendesse, era muito engraçado,ambos morreram velhos.Tínhamos também um pintinho chamado Piu-Piu e Piu-Piu virou um galo, só que um belo dia, meus irmão estavam fazendo uma festinha com os amigos deles e mamãe estava no trabalho, e eles mataram Piu-Piu e fizeram galinhada de Piu-Piu, foi muiiitoo triste,o Piu-Piu era tão mansinho comia na nossa mão, ficamos um tempão chorando a morte dele e mamãe proibiu meus irmãos de trazerem esses amigos deles de novo lá em casa.


Depois de esses bichinhos terem morrido, a gente sempre dizia que não ia mais pegar nenhum bichinho pra criaR, porque era muito triste quando tínhamos que nos separar deles, mas daí depois do falcão veio o magrão, ele Chegou de repente lá em casa, nossa cassa até então não era murada, ele estava tão debilitado que ele ficava encostado na parede pra não cair, e ele era bem grande acho que a raça dele era misturada com labrador, mas ele era um docinho de tão meigo, enfim adotamos magrão, cuidamos dele e ele ficou forte de novo, até que também se foi e depois dele veio a cadelona que chegou doente cheia de sarna, mamãe cuidou dela e ela sarou daí ela teve o fofinho, ele era bem cabeludo, parecia pequinês, só que ele era andarilho, mas sempre voltava pra casa,tivemos um gatinho chamado mingau que pulou no quintal do vizinho e cachorro matou ele, então tivemos um monte de bicho e era tudo muito gostoso nesse tempo da minha infância,quando fazia frio, daqueles frio que não tem mais, fazíamos uma fogueira bem grande e ficávamos ao redor, contado causos que ouvíamos dos adultos, causos de assombração, e daí quando a história era muito feia, saímos correndo, cada um pra sua casa. E nesse tempo nossos pais não tinha medo da gente ficar até tarde na rua não, a gente brincava de rouba bandeira, queimada,corre cotia, alerta, ovinho, mímica, três marinheiros, passa anelzinho e muitas outras, íamos dormir tarde e exaustos de tanto brincar.


Quando chovia a gente corria pra chuva, até mamãe chamar a gente pra dentro, vínhamos da escola chutando e pisando nas poças d’águas. Ah, na escola tínhamos aula de práticas agrícolas.


Era muito bom esse tempo e lembro com muita saudade.


Posso dizer com certeza, que nesse tempo a minha pegada ecológica era com certeza um planeta, pois vivíamos muito próximos a natureza, tínhamos muita vegetação, plantávamos salsa, cebolinha em uma bacia de pneu, e lembro que minha mãe jogava para adubar casca de ovo e legumes, isso era um costume na vizinhança.


Não comprávamos frutas, pois tínhamos muita a nossa disposição, cada família da comunidade cuidava do seu “pomar”.


Lembro também que muitas das roupas que tínhamos eram confeccionada em casa mesmo.


O bairro em que vivia era pequeno e toda a vizinhança se conhecia, além de quase todos serem amigos e camaradas uns com outros, ajudando quando um ou outro precisava.


Hoje olhando pra traz, vejo que quase todas as arvores foram destruídas para se construir mais prédios e casas e comércios, os vizinhos de hoje quase não se conhecem, não há mais amizade como antes, tudo que se consome em casa hoje é produto industrializado, existe uma quantidade maior de lixo doméstico.


O progresso chegou e a natureza é quem pagou o pato.


Dinamara Figueiredo de Oliveira

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